" Mas volte para minha casa "
Mas todas as noites rastejo debaixo da cama
Procurando o estojo de madeira
Que você me deu,
Onde guardo nossas vozes mágicas.
Antes eu as guardava
Numa caixa preta
E costumava escutá-las todas as noites,
Até que uma outra voz, também mágica,
Setenciou o seu fim.
Estamos purificados dos espíritos maus
Depois de termos arrendado
Nossas almas por um bom preço.
Bem sei que seu vestido é de aluguer
E que seus sapatos precisam de solas novas,
Mas volte para minha casa,
Que não é mais assombrada.
Vamos habitá-la de novo.
Andar pelos aposentos
E descansar no quintal,
Onde assistiremos a semeadura da primavera.
Nossos caixões estão prontos,
Simples e bonitos.
Vamos pedir para que nossos enterros
Sejam em nossas terras,
Na encosta sombranceira
Dos campos de arroz.
Acreis, 11/01/2013, Belford Roxo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.