domingo, 23 de junho de 2013

AVENTURAS

                       " meus beijos hoje são mais ardentes que outrora"

Não tenho culpa de ter
nascido pelado e hoje estar
vestido com as roupas
da luxúria.

Se meus beijos hoje são
mais ardentes que outrora
e minha vida ser mais
porvindoura.

O que fizestes, Adelaide,
às ondas da nau
que o vento levou,
a não ser choramingar
falsas jóias
e mentirosas aventuras?

Não foi Ulisses aquele
que não se deitou
aos cantos das sereias?
Não foi Dirceu aquele
quem se rendeu
aos encantos de Marília?

Assim eu vou, Adelaide,
brincando de amarelinha,
jogando a casca de banana
depois da linha!

Acreis, 09/03/2010
Sta Cruz/RJ

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Coração Bobo


"Você sabe agora o que o meu coração,há muito, esperava..."

Você pegou a chave do meu coração,
abriu, e dentro dele deu um passeio.
Depois descobriu, com os dedos,
que seu mecanismo, para abrir,
é suave: não precisa de chave!
Você sabe agora o que o meu coração,
há muito, esperava.
Tão perto da verdade,
com sua curiosidade,
dele você tomou conta!


Acreis, 05/09/2010, Madureira/RJ
P/ Iolanda, meu amor!

terça-feira, 18 de junho de 2013

O Penúltimo Dos Moicanos

                                "Surrupiei a peruca de Dona Álvara..."

 Ontem à noite fui às compras:
 Na feira comprei mil sorrisos,
 Beijos roubados
 E sonhos de Aladim...
 Mas, pobre de mim,
 Faltaram-me tostões,
 Míseros tostões,
 Para a roupagem de Moicano...
 Porém, tresloucado que sou,
 Surrupiei a peruca de Dona Álvara,
 Aquela mesma que, às madrugadas,
 Adentra-me os sonhos...
 Assisti a filmes ótimos, chanchadas
 E a outras coreografias,
 Do tipo Circo du Soleil...
 Fui às montanhas
 Onde chifrudos obesos
 Bebiam vinho
 E vomitavam caramujos,
 Tudo porque, todos sabem,
 O bom da arte
 É não sobrar porra nenhuma...
 Viva a soberania!
 Viva a Corte Ministerial!
 Três vivas às mulheres nuas!
 Viva a minha morte triunfal!

 Acreis, 09/03/2010
 Sta Cruz/RJ

sábado, 8 de junho de 2013

Arco-Íris




O Arco-Íris é sempre íris no céu,
Por entre nuvens no paraíso.
Em toda a atmosfera,
Navegando em suas caravelas.

Cartazes se espalham no mundo
E todas as geringonças que existem
Provam que o Arco-Íris é o eterno capacitor
No qual as cores murmuram corações.

É esplendoroso o amor,
Que planta lírios em nossas roupas,
No santuário de nossas almas,
Com fé, sorriso e cor.

A amizade das cores com o Arco-Íris
É o sonho que trazemos de criança
Que lucidamente
Carregamos para o resto da vida.

Acreis, 08/06/2013, V. Redonda /RJ
Com a colaboração de Iolanda
e Paulo Reis.

Castelo Antigo


"Não me indaguem vocês como consigo controlar a minha mente..."



Castelo antigo é o meu quarto,
Onde mora comigo uma donzela.
E ninguém duvide que ela
É donzela, de fato.

Passo o dia a beijá-la, somente.
À noite vigio-lhe o sono.
Não me indaguem vocês como
Consigo controlar a minha mente.

Ela vive a vida a suspirar,
Lendo os versos que lhe escrevo.
Não vale à pena ninguém me perguntar
Se devo-não- devo - Por que não me atrevo.

Deitamos numa cama de lençol de linho fino,
Eu a desejo e ela me quer também.
Ao lado dela - da donzela- sou um menino,
E um homem, com dez anos, trinta ou cem.

Acreis, 26/05/2013, Sta Cruz/RJ
Para Iolanda (chez moi) 

quarta-feira, 5 de junho de 2013

A Tarde Cai


A tarde cai com suas luzes lustrosas
E é preciso saber o seu caminho.
Eu sou quem fica sem viver a vida,
Eu que nunca vivi meus pensamentos,
Eu que nunca me vi tão triste.
Meus pecados os vendi para Deus,
Que de tudo sabe, mas que de mim
nada ficou sabendo.
E por que iria querer saber?
E por que me quereria ouvir?
Vem a noite com seus sortilégios,
em um horizonte negro.
Mas ainda assim é sempre belo falar da noite,
Que tanto me empalidece,
 porque em mim tudo é triste,
E porque também é noite em minha vida.
Vivo entre rochedos, espreitando o mar.
E quase não durmo, pela imensidão do mar.
Breve será dia e o sol nascerá
 das entranhas do mar.
Vivo agora a antemanhã da minha vida,
Com todos os dentes doendo,
com os pés doendo,  
Com a intuição que o mundo está dolorido.
Ah, horas de desasossego!
Ah, crepúsculo outonal!
Ah, todas as minhas vidas!

Acreis, 26/05/2013, Sta Cruz/RJ
(chez moi) 

sábado, 1 de junho de 2013

Depois Que o Meu Amor Dorme



Depois que o meu amor dorme, eu deito.
Despindo-me lentamente.
Despeço-me do dia alegremente.
Tudo é incrível no meu leito.

Quero falar-lhe no ouvido
Que estou nu, alegre...
Que nossa noite não será, duvido,
Nada breve.

Que iremos brincar de esconde-esconde,
De coça-coça, bumba-meu-boi...
O sol se esconderá não sei aonde
- P'ra onde será que ele foi?

Virá enfim o sono,
- Presente divino de quem ama -
E você dira: Não sei como
O mundo aconteceu em nossa cama!

Acreis, 26/05/2013, Sta Cruz/RJ
Para Iolanda (chez moi)
 

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