domingo, 28 de setembro de 2014

É Para Mim o Teu Sorriso?

"Tua boca escandinava retém o único amor."

É para mim o teu sorriso?
Tua boca escandinava retém o único amor.
Justamente aquele. Não há mais justa forma,
Nem teorema explicativo:
Há somente o som da tua mente
Na parede esquálida do meu sentimento.
Te amar? Te amo!
Guardo todo o meu tesouro puro,
Que é a sensação,
Para descortinar na virgem aurora do peito meu
A cálida lembrança.
Estou pensando em morrer. Sério.
Mas antes de tudo dançaremos um tango argentino.´
Evoé Baco!

Acreis, 12/05/2005 - RJ

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Cabriolet


Ocupo-me carinhosamente de você
e para dissipar o descontentamento dos anjos
não me atrevo sequer tocar em outras flores.

Camélias deitam ao pé da sua cama
e andorinhas postam-se à janela da sua cozinha.

No domingo à missa das dez vou com você
ao altar com seu vestido preto
rezar à Nossa Senhora lhe arrume um marido
que se case pelo menos uma vez
para que tamanho desgosto seja reparado.

Mas, ó minha filha,
você que estudou o ABC do amor
que em nudez maliciosa
debruçou-se na varanda a perguntar
o senhor tem fósforos?
apressa-se e ajoelha-se
porque já está pronto o seu cabriolet.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Arco-Íris


O Arco-Íris é sempre íris no céu,
Por entre nuvens no paraíso.
Em toda a atmosfera,
Navegando em suas caravelas.

Cartazes se espalham no mundo
E todas as geringonças que existem
Provam que o Arco-Íris é o eterno capacitor
No qual as cores murmuram corações.

É esplendoroso o amor,
Que planta lírios em nossas roupas,
No santuário de nossas almas,
Com fé, sorriso e cor.

A amizade das cores com o Arco-Íris
É o sonho que trazemos de criança
Que lucidamente
Carregamos para o resto da vida.

Acreis, 08/06/2013, V. Redonda /RJ
Com a colaboração de Iolanda
e Paulo Reis.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Minha Amada

                  
                      
Quando bati as botas
Ninguém me lamentou
E foi pouca gente
Ao meu enterro.

Mas por lá
Apareceu a minha amada
Com seu enorme
Guarda-sol vermelho,
Onde recitou
Versos de Ovídio
E suas alusões mitológicas.

Dias depois do meu enterro
Apareci errando pelas praças.
Minha casa fora vendida
E meu cachorro, abandonado,
Gemia com sua fome pelas ruas.

Mas por lá
Apareceu a minha amada,
Ao pé da ponte,
Um pouco à beira do rio,
Pedindo-me de aluguer
Uma casa, bem situada,
De preferência com todos os móveis!

Ela também havia morrido
Disseram-me que de paixão...
Deitou-se comigo
Em um gramado azul
Ao redor de um chafariz
Mostrando-me seu ventre nu.

A noite cerrara.
Em redor da praça outros dormiam,
Alguns sentados
À luz triste dos candeeiros...

Sentíamos o cheiro do petróleo,
Enquanto o sino da Sé
Batia pausadamente
O toque dos espíritos.

Acreis, 16/06/2013, Sta Cruz/RJ
À minha amada, Iolanda,
avec amour!

sábado, 6 de setembro de 2014

Quando Conheci O Meu Amor

Quando conheci o meu amor,
na 1ª semana de julho,
vieram as chuvas.
Os dias eram curtos.
Eu estava tolhido de reumatismo.
Mas ela me fez tanta festa!
Eu não queria mais gente no segredo.
Minha tia, que era parteira, disse, a tremer:
- Dela não tenho o que falar!
Eu sei é que os padres andavam pelas ruas
e no meu coração batia intolerável palpitação...
Casei-me com ela!
Adiante, passava os dias cravado com ela
na janela,
encantado com a beleza do seu corpo
olhado pela vidraça.
Depois de uma saudade indefinida
veio-me um desejo furioso,
no que a amei de bruços
em uma noite inerte!

Acreis, 25/06/2013, Sta Cruz/RJ
Para Iolanda Gomes

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

ROSI E MARI



Ah! Eu tenho mil amores
por dois amores que tenho
Rosimere e Marisa
e delas não me abstenho!
(Rosi rimo com rosas
e Mari rimo com brisa!)

Rosimere é minha mulher
Marisa é quase esposa
uma é faca, outra colher
mas qual delas pra mim posa?

Eu, bom amante que sou,
faço meus versos só pra elas
só não falo da noite que passou
(amor, amor, amor à luz de velas!)

Acreis, 26/06/2013
Pedra de Guaratiba/Brisa/RJ
Para o meu amigo Toni

veja também :

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...