domingo, 28 de junho de 2015

Hoje Caminho Mais Lentamente


Hoje caminho mais lentamente, sem chiar
E sempre paro em portas de livrarias
Onde espero a tempestade da ironia passar
E mal consigo ver sair do chão a sombra sob a luz
Chuva, chuva ameaçadora
Saiba que eu sou o bem da Igreja
Você não incidirá sobre a viúva negra
Com seus cabelos dourados, cor de cerveja

Pobres pessoas que se estimulam
Maravilhosas e semelhantes
e não existe razão
Lendo isto eu entendo que tudo é contraste
Estou à procura de uma alta resistência
Querendo ver os resultados da oração e do amor
Mas parece que sou cego
E nem de binóculos enxergo meus desafios

Para medir o luxo de qualquer organização
Tenho que ter delicados sentimentos de autoconfiança
Mas fiquei obedientemente sem espaço
Tentando provar para mim que não há medo
de longe ou de perto me vejo pobre, triste
Andando pelas ruas vazio de mim
Com esta fraca alma sem forma
Descalça ou de sapatos velhos

Nem sempre procuro me esquecer
Descendo a rua onde sei que há buracos
Levando nas costas o peso do que fui
E um arco-íris de luz roxa
Nunca escutei o que agora nem faço ideia
Nem algodão suave, nem brisa fria
Tampouco a encantadora curva da vida
Que para muitos é quase resignação

Ainda tenho bons pressentimentos
Arrepios percorrem o meu corpo
E minha visão é de um filme claramente doce
Acho que vou espalhar meus projetos de fantasia
Por isso escrevo à minha maneira
Da mesma forma que a natureza

Acreis, 06/11/2013 – Centro de Sta Cruz/RJ

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Mais Nada

Já cortei muitos galhos na floresta de nossas vidas.
O que sinto é muita sede.
Trago lábios e garganta ressecados.
Talvez a voz da chuva
Torne-se para mim apenas sussurros.
Tenho no peito um coração partido
E no dedo um anel quebrado.
Parece-me que até agora não consigo me encontrar.
Talvez esteja escondido em um cobertor sob a noite.
Estou com deficiência auditiva
Porque sinto uma grande queda de emoção
No tom da sua voz.
Folhas e sombra entreabertas
Compõem meu sonho sem flores.
Não há mais louvores em minha boca,
O que há, por culpa minha,
É o que de repente não perguntei.
Decido, como uma criança,
A perseguir o cheiro
De todos os corações perdidos.
Mas tive que parar, errante,
Porque não iria gostar dos resultados.
Não quero mencionar, portanto, mais nada!
Nunca mais pinte a sua boca com a cor da minha.
Tudo o que já dissemos nos levou a lugar nenhum.
Não há mais saídas.
Não há mais nada!

Acreis, 05/11/2013 - Sta Cruz/RJ

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