E sempre paro em portas de livrarias
Onde espero a tempestade da ironia passar
E mal consigo ver sair do chão a sombra sob a luz
Chuva, chuva ameaçadora
Saiba que eu sou o bem da Igreja
Você não incidirá sobre a viúva negra
Com seus cabelos dourados, cor de cerveja
Pobres pessoas que se estimulam
Maravilhosas e semelhantes
e não existe razão
Lendo isto eu entendo que tudo é contraste
Estou à procura de uma alta resistência
Querendo ver os resultados da oração e do amor
Mas parece que sou cego
E nem de binóculos enxergo meus desafios
Para medir o luxo de qualquer organização
Tenho que ter delicados sentimentos de autoconfiança
Mas fiquei obedientemente sem espaço
Tentando provar para mim que não há medo
de longe ou de perto me vejo pobre, triste
Andando pelas ruas vazio de mim
Com esta fraca alma sem forma
Descalça ou de sapatos velhos
Nem sempre procuro me esquecer
Descendo a rua onde sei que há buracos
Levando nas costas o peso do que fui
E um arco-íris de luz roxa
Nunca escutei o que agora nem faço ideia
Nem algodão suave, nem brisa fria
Tampouco a encantadora curva da vida
Que para muitos é quase resignação
Ainda tenho bons pressentimentos
Arrepios percorrem o meu corpo
E minha visão é de um filme claramente doce
Acho que vou espalhar meus projetos de fantasia
Por isso escrevo à minha maneira
Da mesma forma que a natureza
Acreis, 06/11/2013 – Centro de Sta Cruz/RJ