segunda-feira, 15 de junho de 2015

Mais Nada

Já cortei muitos galhos na floresta de nossas vidas.
O que sinto é muita sede.
Trago lábios e garganta ressecados.
Talvez a voz da chuva
Torne-se para mim apenas sussurros.
Tenho no peito um coração partido
E no dedo um anel quebrado.
Parece-me que até agora não consigo me encontrar.
Talvez esteja escondido em um cobertor sob a noite.
Estou com deficiência auditiva
Porque sinto uma grande queda de emoção
No tom da sua voz.
Folhas e sombra entreabertas
Compõem meu sonho sem flores.
Não há mais louvores em minha boca,
O que há, por culpa minha,
É o que de repente não perguntei.
Decido, como uma criança,
A perseguir o cheiro
De todos os corações perdidos.
Mas tive que parar, errante,
Porque não iria gostar dos resultados.
Não quero mencionar, portanto, mais nada!
Nunca mais pinte a sua boca com a cor da minha.
Tudo o que já dissemos nos levou a lugar nenhum.
Não há mais saídas.
Não há mais nada!

Acreis, 05/11/2013 - Sta Cruz/RJ

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