Quando eu morri, era dia de Folia de Reis!
E no céu, ou no inferno, também tinha festa!
As pessoas que vivem nas escuras
Não sabem que não se morre,
E fica todo mundo dançando!
Lá encontrei meu pai, que me disse:
- Vais, Carlos, essa é a tua vida!
Não sois Detetive?
A vida? Ela é dirigida por mulheres...
Na parte da tarde tu podes ser azul!
Tu tens ainda um monte de desejos...
Os bondes vão fazer o quê, aqui, em plena Folia de Reis?
Alguém respondeu:
Vão ser pintados de preto e amarelo,
Para alegria das gentes!
Meu Deus, isso é um problema da minha mente!
Mas, no entanto, meus olhos não mentem!
Eu morri e continuei aqui, na Folia de Reis...
Isso teria que ser obrigatório para todos!
Sério, isso parece ser simples,
Mas é muito poderoso!
Há pouca conversa, mas todos dançam...
Existem aqui alguns raros amigos...
Entre bigodes e vidros de pessoas.
Deus, por que me desamparaste?
Se você vem de dentro de mim, sou então Deus?
Se eu soubesse que era fraco, e você também é,
Teria ficado aqui, parado, para sempre,
Nesta Folia de Reis...
Em um mundo globalizado, que é o mundo,
Se me chamarem de Raimundo,
Seria apenas uma rima,
Não uma solução!
Nada vou responder...
Este poema não é a solução para mim
E nem para ninguém!
O mundo é do mundo em todos os mundos!
E maior ainda é o coração de quem ama!
Não há necessidade de dizer...
Mas a luz
E mais este vinho
Movem-me para o diabo!
Acreis, Sta Cruz/RJ, em 06/01/2014- Chez moi