quarta-feira, 30 de março de 2016

Folia de Reis



Quando eu morri, era dia de Folia de Reis!
E no céu, ou no inferno, também tinha festa!
As pessoas que vivem nas escuras
Não sabem que não se morre,
E fica todo mundo dançando!
Lá encontrei meu pai, que me disse:
 - Vais, Carlos, essa é a tua vida!
 Não sois Detetive?
 A vida? Ela é dirigida por mulheres...
 Na parte da tarde tu podes ser azul!
 Tu tens ainda um monte de desejos...
 Os bondes vão fazer o quê, aqui, em plena Folia de Reis?
 Alguém respondeu:
 Vão ser pintados de preto e amarelo,
 Para alegria das gentes!
 Meu Deus, isso é um problema da minha mente!
 Mas, no entanto, meus olhos não mentem!
 Eu morri e continuei aqui, na Folia de Reis...
 Isso teria que ser obrigatório para todos!
 Sério, isso parece ser simples,
 Mas é muito poderoso!
 Há pouca conversa, mas todos dançam...
 Existem aqui alguns raros amigos...
 Entre bigodes e vidros de pessoas.
 Deus, por que me desamparaste?
 Se você vem de dentro de mim, sou então Deus?
 Se eu soubesse que era fraco, e você também é,
 Teria ficado aqui, parado, para sempre,
 Nesta Folia de Reis...
 Em um mundo globalizado, que é o mundo,
 Se me chamarem de Raimundo,
 Seria apenas uma rima,
 Não uma solução!
 Nada vou responder...
 Este poema não é a solução para mim
 E nem para ninguém!
 O mundo é do mundo em todos os mundos!
 E maior ainda é o coração de quem ama!
 Não há necessidade de dizer...
 Mas a luz
 E mais este vinho
 Movem-me para o diabo!
 Acreis, Sta Cruz/RJ, em 06/01/2014- Chez moi



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