segunda-feira, 16 de novembro de 2015

O Despertar das horas

De que maneira reivindicarei teus beijos,
Se a prudência afastou-se de mim por razões diversas?
Atribuo a mim mesmo o fracasso...
É verdade!
Eu, que era por ti estimado,
Tombei, vítima de não sei quais vicissitudes,
Pois, tantas que foram,
Não me foi possível a acuidade.
Suporto agora a dura distância,
Tentando reformular o que já não posso,
Reunindo costumes que já não são meus,
Direcionando para o invisível as águas barrentas das madrugadas.
Logo tu, que fostes para mim o oposto do medo,
Que me ensinavas que, embora tarde,
O barco sempre deve chegar ao cais.
A tua figura ainda mora em meu corpo.
A tua imagem afugenta a minha tristeza.
Lentamente as horas se vão
No manuseio das páginas escritas,
Mas sem espaços para as feridas ainda indiferentes.
Tuas idéias habitam a minha amargura,
Afogadas nas paisagens desses versos.
Toda a tua ternura ainda mora comigo,
Segura e em silêncio,
Escondida nas cartas, em forma de desenhos,
Profundamente desnuda.

Acreis, 20/11/2010, Santa Cruz/RJ

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