segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Agora


Agora podemos perder de vista o tempo!
Ó meu amor, se você quiser
Jogue tudo que deseja pela janela.
Se você tem um sonho,
Se você já fez um monte de coisas estúpidas,
O mundo bateu palmas!
Mas saiba como obter o valor das coisas.

Nós dois, sempre à noite,
Quantas palhaçadas juntos fizemos?
Andamos errados em ambos os pés...
Mas tudo passou a dar certo
Quando passamos a falar com os nossos pés.

Entornamos oportunidades no chão,
Fizemos salada de nossos espíritos
E quase perdemos o sangue das veias.

Os nossos problemas trancamos no armário.
Minha jaqueta e seu vestido foram nossa armadilha
E a senha para acertar estava em nossos sapatos.

Como dois gentios amamo-nos um ao outro.
Achei bom quando você apenas fingiu que foi embora,
A sua olhada em meus olhos, o seu desejo...
Como é que vou dizer agora?


Acreis, 11/09/2013 - Sta Crus/RJ - chez moi
Para Iolanda

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Morrerei Um dia, Não Completamente

                      


Morrerei um dia.
Sabemos que vamos morrer,
Mas não de corpo e alma,
Não completamente...

Mas fico triste
Com a morte da morte
Sem carne,
Sem máscara,
Sem baladas vazias.

A alma vê-se então livre,
Cercada por flores.
Parabéns!
Estará viva todos os dias!

Mas fico triste,
Triste pelas lágrimas
Que em vão foram choradas,
Todas elas mortas
No desejo de não ter
Morrido a Vida.

Que bela surpresa!

A morte das flores
- Não da alma errante,
Talvez a caminho do céu,
Mas do céu do céu,
onde tudo existe -
Morrem as flores,
Mas a essência persiste!


Acreis, 10/09/2013, Sta Cruz/RJ
Chez moi

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

O Amor É Um Só No Mundo

Para sentir a alegria
do amor
a paixão tem que ser
esquecida.
O amor é a paixão
que você doma.
Eu posso entender,
Deus pode tudo começar,
criando as paixões do mundo.
Mas o amor,
o amor é um só no mundo,
de um único Deus,
Inventor das almas!
Em tudo que nos une,
corpos e almas,
tento compreender o amor
em sua organização.
Tento, mas não o faço bem.

Acreis, Sta Cruz/RJ
10/09/2013 - chez moi

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Nunca Mais Chore Perto De Mim

                      "Vive sempre comovida com a vida!"


Começo de novo o que já estava no fim.
O que você pedir, outras tantas vezes.
Suas travessuras de moleca
E meus castigos impostos:
Beijos ou beliscões?
Você é moça de espírito,
De jovialidade, graça e prendas.
Moça roceira, diferente das cidadoas.
Vive sempre comovida com a vida!
De sua boca ouço frases de amor a toda hora!
Mas, nunca mais chore perto de mim!
Você me perguntou:
-Sou bonita ou feia?
Tão bonita... Respondi com o rosto vermelho.
-E meus cabelos, presos ou soltos?
Melhor soltos...
-E quando minha mãe perguntar quem é meu namorado?
Vou dizer que sou eu...
-E quando meu pai perguntar quem é meu namorado?
Não sei o que vou dizer na hora...
Você me olhou, fez cara de choro e retrucou:
-Ainda esse mês pretendo mudar de amor três vezes!

Acreis, 07/09/2013, Sta Cruz/RJ
Chez moi
Para Iolanda no dia de seu aniversário, com amor

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

L'Argent


                        Suas poses, suas fotos me mostram o que posso.

Suas poses,
suas fotos
me mostram
o que posso.

Possuo o flash
da lente
no seu corpo
que se despe pra mim
lentamente.

A lingerie
bordada,
as vestes suas,
os poros na
pele nua.

As curvas cavadas
em apelos,
a sensação
dos pelos,

a sua boca
que atende
meus apelos,
a minha boca
para sempre
calada na sua!

Acreis, 02/08/2013,
Sta Cruz/RJ
P/Iolanda

sábado, 8 de novembro de 2014

Salvação

                                                    "e hoje quero levá-la à salvação!"



Ando um pouco trêmulo
mas muito feliz,
na certeza de um dever
delicioso a cumprir.

Ah, meu amor,
adentro sua casa
com passos graves,
com paixão interessada,
porque há seis dias jejuo,
há seis dias que rezo
e hoje quero levá-la
à salvação!

Ajoelha-se e me beija
porque sei de sua
admiração por mim!
Apodera-se de minha alma
e arranque do meu corpo
todos os motivos
para eu não ir
de uma vez ao inferno!

Acreis, 09/08/2013, Sta Cruz/RJ
Para Iolanda, com amor

sábado, 1 de novembro de 2014

A Culpa É Do Padre



Pra onde foi a senhorinha?
Foi pro canavial?
A cancela está fechada
e ela foi dormir
junto do muro,
onde crescem as rosas.

Ela veste um vestido
banhado de branco e azul
e a brancura de suas meias
é o começo de sua nudez.

Ó menina, docemente beijo
seu sorriso cálido!
Gosta de mim?
Gosta de mim?

Aperte suas mãos contra meu peito,
cerre os olhos
e lance sua alma toda
numa devoção.

Estou desfalecido de desejos,
lançando beijos para o ar,
tornando-me doido,
a ponto de fazer qualquer asneira.

Ai, até dá gosto de vê-la assim
a cair de joelhos por mim!


Acreis, 13/08/2013, Cpo Grande/RJ
P/ Iolanda, como sempre

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A Primeira Vez Que Nos Vimos


 A primeira vez que nos vimos
O meu amor trajava um lindo
Vestido de cassa branco-azul,
De corpinho muito curto
Mas de mangas enormes
E um formidável penteado,
Com plumas amarelas na cabeça.
Fomos à missa.
Naquela ocasião eu sentia
Um abatimento profundo,
Comum de dar em moços
Com espinhas no rosto
De voz rouca e gogó pontudo.
Fomos à praça.
Meu amor com as pálpebras
Sempre baixas
Com sua beleza de moça
Falando comigo com sua voz sumida
Sem olhar o moço
De rosto bem-encarado
Que a fitava com os olhos
De quem acabou de chegar da guerra.
Esse dia era domingo.
Não chovia nem fazia sol,
Somente uma quentura no corpo
E uma vontade danada
De pegá-la no colo
E sair por aí desencabrestado.
Perturbada, meu amor levantou-se
E pôs-se a andar em direção à Igreja.
Ora vejam! – exclamou o Vigário,
Eu não sabia!
Benção, seu Padre,
O Tonico acaba de me pedir em casamento!

Acreis, 28/0/2013, Sta Cruz (chez moi)
P/Iolanda, avec amour

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Mulatinha

                               "E faço votos que ela Faça de mim o seu par..".



Eu amo aquela rapariga
que todas às vezes pela manhã
vem conversar com minha mãe
à respeito de um bom dote.

Eu a amo porque
não tenho partido melhor
a escolher.
Ela é uma mulatinha
de 18 a 20 anos,
seios alteados,
cintura fina
e de anca empinada.
Olhos pretos e muito vivos,
lábios grossos
e dentes brancos,
tem a fala descansada
e talvez beijos dulcíssimos.

Eu amo aquela donzela
com quem quero me casar
E faço votos que ela
Faça de mim o seu par.

Acreis, 28/08/2013, Sta Cruz/RJ



domingo, 12 de outubro de 2014

Pensão do Careca



As fotos que tirei com você
na praia de Parati
passaram resvalando em minha vida!

Não que houvesse complicação
mas uma coisa assim-assim
ficaria no ar...

Comemos sopa de tartaruga
e dormimos dois dias
na Pensão do Careca.

Meu Deus!

Há tempo não peco assim,
há tempo que não sei
rimar mar com amar!



Acreis, 06/06/2005
Sta Cruz/RJ, p/Iolanda

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Grécia Atual


A tua paisagem é distante,
Silêncio de coisa deserta.
Eu nunca tivera querido
Escrever palavra tão louca...
Emudeceu-me a boca,
Perdi também o sentido.
Noite fechada e aberta
Lua sem diamante!

Ah, tudo isso é letra de horóscopo,
Serão meus olhos sempre tristes...
O medo ficou num copo
De coisas que não existem.


Acreis, 07/04/2005
P.Guaratiba/RJ

terça-feira, 7 de outubro de 2014

A Menina e o Sol


O sol na rua ainda é jovem
e está deitado
sobre uma nuvem.
Recolho a tristeza
da menina que chora
com os olhos pregados
no horizonte...
Sobre ela chovem os anos
e ainda continua donzela.
Ela já andou nas estrelas
sem sequer sentir fome.
A menina - sem pai, sem mãe
nem marido - a menina é cada
flor, cada pássaro
com uma grande
vontade de viver.

Acreis, 17/06/2005
Pedra de Guaratiba/RJ
(P/Iolanda)

domingo, 5 de outubro de 2014

Iolanda Minha



Suas mãos têm hélices,
tempestade e bússula.
Seus pés guardam navios
que se emparelham
com o horizonte.

Seus olhos têm peixes;
a sua boca, recifes de corais.
Seus ouvidos têm noites,
pólos e lamentos de ondas.

Ah, Iolanda minha,
a sua vida é muito marítima!


Acreis, 25/05/2005
Pedra de Guaratiba/RJ

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Bagagem


Levo em minha bagagem
somente lembranças:
do teu sorriso, do teu corpo,
da tua alma.

Minha bagagem
é um embrulho pequeno,
mal amarrado,
com o meu coração inconformado
por ir sozinho.

Levo nas mãos o espinho
com que furastes
meus olhos...

Toda minha ilusão
eu deixei na gaveta.
Minha caneta
jamais escreveu
teu último poema.

Por isso, faças com ela
uma carta,
com o teu pedido,
arrependido,
para eu voltar.

Acreis, 09/12/2006 -RJ

domingo, 28 de setembro de 2014

É Para Mim o Teu Sorriso?

"Tua boca escandinava retém o único amor."

É para mim o teu sorriso?
Tua boca escandinava retém o único amor.
Justamente aquele. Não há mais justa forma,
Nem teorema explicativo:
Há somente o som da tua mente
Na parede esquálida do meu sentimento.
Te amar? Te amo!
Guardo todo o meu tesouro puro,
Que é a sensação,
Para descortinar na virgem aurora do peito meu
A cálida lembrança.
Estou pensando em morrer. Sério.
Mas antes de tudo dançaremos um tango argentino.´
Evoé Baco!

Acreis, 12/05/2005 - RJ

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Cabriolet


Ocupo-me carinhosamente de você
e para dissipar o descontentamento dos anjos
não me atrevo sequer tocar em outras flores.

Camélias deitam ao pé da sua cama
e andorinhas postam-se à janela da sua cozinha.

No domingo à missa das dez vou com você
ao altar com seu vestido preto
rezar à Nossa Senhora lhe arrume um marido
que se case pelo menos uma vez
para que tamanho desgosto seja reparado.

Mas, ó minha filha,
você que estudou o ABC do amor
que em nudez maliciosa
debruçou-se na varanda a perguntar
o senhor tem fósforos?
apressa-se e ajoelha-se
porque já está pronto o seu cabriolet.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Arco-Íris


O Arco-Íris é sempre íris no céu,
Por entre nuvens no paraíso.
Em toda a atmosfera,
Navegando em suas caravelas.

Cartazes se espalham no mundo
E todas as geringonças que existem
Provam que o Arco-Íris é o eterno capacitor
No qual as cores murmuram corações.

É esplendoroso o amor,
Que planta lírios em nossas roupas,
No santuário de nossas almas,
Com fé, sorriso e cor.

A amizade das cores com o Arco-Íris
É o sonho que trazemos de criança
Que lucidamente
Carregamos para o resto da vida.

Acreis, 08/06/2013, V. Redonda /RJ
Com a colaboração de Iolanda
e Paulo Reis.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Minha Amada

                  
                      
Quando bati as botas
Ninguém me lamentou
E foi pouca gente
Ao meu enterro.

Mas por lá
Apareceu a minha amada
Com seu enorme
Guarda-sol vermelho,
Onde recitou
Versos de Ovídio
E suas alusões mitológicas.

Dias depois do meu enterro
Apareci errando pelas praças.
Minha casa fora vendida
E meu cachorro, abandonado,
Gemia com sua fome pelas ruas.

Mas por lá
Apareceu a minha amada,
Ao pé da ponte,
Um pouco à beira do rio,
Pedindo-me de aluguer
Uma casa, bem situada,
De preferência com todos os móveis!

Ela também havia morrido
Disseram-me que de paixão...
Deitou-se comigo
Em um gramado azul
Ao redor de um chafariz
Mostrando-me seu ventre nu.

A noite cerrara.
Em redor da praça outros dormiam,
Alguns sentados
À luz triste dos candeeiros...

Sentíamos o cheiro do petróleo,
Enquanto o sino da Sé
Batia pausadamente
O toque dos espíritos.

Acreis, 16/06/2013, Sta Cruz/RJ
À minha amada, Iolanda,
avec amour!

sábado, 6 de setembro de 2014

Quando Conheci O Meu Amor

Quando conheci o meu amor,
na 1ª semana de julho,
vieram as chuvas.
Os dias eram curtos.
Eu estava tolhido de reumatismo.
Mas ela me fez tanta festa!
Eu não queria mais gente no segredo.
Minha tia, que era parteira, disse, a tremer:
- Dela não tenho o que falar!
Eu sei é que os padres andavam pelas ruas
e no meu coração batia intolerável palpitação...
Casei-me com ela!
Adiante, passava os dias cravado com ela
na janela,
encantado com a beleza do seu corpo
olhado pela vidraça.
Depois de uma saudade indefinida
veio-me um desejo furioso,
no que a amei de bruços
em uma noite inerte!

Acreis, 25/06/2013, Sta Cruz/RJ
Para Iolanda Gomes

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

ROSI E MARI



Ah! Eu tenho mil amores
por dois amores que tenho
Rosimere e Marisa
e delas não me abstenho!
(Rosi rimo com rosas
e Mari rimo com brisa!)

Rosimere é minha mulher
Marisa é quase esposa
uma é faca, outra colher
mas qual delas pra mim posa?

Eu, bom amante que sou,
faço meus versos só pra elas
só não falo da noite que passou
(amor, amor, amor à luz de velas!)

Acreis, 26/06/2013
Pedra de Guaratiba/Brisa/RJ
Para o meu amigo Toni

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Poema Em Construção


Já toquei a velha campainha sobre aquilo que falamos,
mas dessa vez você se fez senhora livre.
Ando com as mãos nos bolsos, de cabeça erguida,
pois a mim tanto se me dá seis como meia dúzia.

Assim foi. Vendi meu piano e liquidei as contas contigo.
O seu gosto moderno foi-se para o diabo!
E, em resposta, você diz que estou mais gordo e de melhor fisionomia.
No seu ardor, sua voz deixa sempre seus olhos mais acendidos.

Sempre a mesma coisa. Sem termo de comparação.
Tomo-lhe as mãos e as cubro de beijos,
Procurando arrancar-lhe palavras mais positivas.

Porque tenho por certeza lhe preparar melhor para mim
Como o arquiteto que trabalha o prédio,
E de sentir de perto o gostinho de ter acompanhado a obra!

Acreis, 26/12/2010, Sta Cruz (chez moi)

sábado, 21 de junho de 2014

Flores Marinhas



Dormir durante a noite com você 
Em nossa cama, como se fosse em uma ilha 
Durante o sono a alegria e a doçura natural
Entre o fogo e a água, língua e saliva

Participar de um sonho seu
Pode ser tarde demais, mas não 
Olhar para cima ou para baixo
Quando o vento balançar as folhas
O toque menos vermelho de uma raiz


Provavelmente
Vou em busca do meu amor
Em um mar escuro
Embora nem existisse o mar

Se você ainda não viu
Eu navego com você
Seus olhos em pesquisa em derredor de mim
Agora o que temos
Pão, vinho e amor 
Para ajudar a todos nós, nós dois
Porque seus óculos me despem
Seus ósculos me cobrem
Esperamos que na minha vida você seja um presente

Eu teria que dormir com você
Durante toda a noite no
Escuro, na rotação da Terra
Vida e morte, ventre e boca
Eu acordei de repente
No meio da escuridão
Meu braço em volta da sua cintura
Eu não durmo bem à noite sem
Você, e nada  será capaz de nos separar

Eu teria que dormir com você
Para ter onde guardar minha boca
À saída de seu sono
Com o sabor do país para mim
Flores marinhas
O núcleo da vida
Eu tenho um beijo para você

É só se molhar na aurora
É como se a minha vida fosse a sua
Ninguém sabe de mais nada sobre nós


Acreis, 20/06/2014 - Sta Cruz/RJ - Chez moi
Para Iolanda, meu amor

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Ramo Vermelho


Entre nós nada se extingue ou se esquece
E você sabe que está destinada para mim.
Então, vamos para as ilhas que estão à nossa frente?

Se você pensa que estou longe e louco,
Digo que não há nenhuma fuga minha,
Digo que estou em pequenos barcos a navegar.

O meu amor se alimenta do seu amor!
Você me disse isso uma vez
E em mim todo esse desejo se repete.

Hoje meu coração tem raízes
E uma flor em seus lábios surge para mim!

Se pouco a pouco você deixar de me amar,
Se você decidir me deixar
E se eu parar de lhe amar pouco a pouco,
Vou levantar os braços
Para durante toda a minha vida estar em seus braços!

Se mesmo assim você me esquecer
De hora em hora,
De hora em hora farei de tudo para não ser esquecido.

E no outono lento em minha janela
Vou pensar em tudo que entre nós existiu,
Como se tudo o que existe, aromas, luzes, metais,
Como se tudo o que existe me levasse a você.

Se o seu olhar durante o correr dos dias
Ao mesmo tempo e diariamente...
Se o seu olhar que passou pela minha vida,
Com doçura implacável,
Deixar-me à borda do seu coração,
Se de repente o ramo vermelho, formosa minha,
Ah, o ramo verrmelho!
Se nesse dia você pensar em buscar outra terra,
Se eu lhe tocar perto do fogo,
Se mesmo assim você me esquecer,
Saberei que entre nós nada se extingue ou se esquece.

Acreis, 13/04/2013, Santa Cruz.
P/Iolanda.

sábado, 4 de janeiro de 2014

És Tu, Meu Filho, Quem Estás Nas Ruas?

És tu, meu filho, quem estás nas ruas,
andando, gritando, junto à turbamulta,
deixando em casa tua mãe enferma,
quase morta no quarto,
quase amiga da morte,
presa à imagem antiga
dum Cristo crucificado?

Ajoelho ao pé da cama
e em orações te peço:
volte para casa!
Afaste-se do tique-tique das botinas
e do ruído das saias engomadas!

Tua mãe ainda é sã!
Embora viúva aos 43 anos,
abastada senhora
querendo conservar-te em casa,
com escrúpulos,
a vigiar tua educação.

Mas, ó meu filho,
se é vontade tua,
continue nas ruas
com tua cara pintada,
com tuas imagens coloridas
e tua barba de cor ardente!

Conserva-te indolente
carregando teus cartazes
onde se lê o que se vê,
tua indignação com os custos
da vida rapariga que vivemos!

Vais, junto com o povo,
lavar a louça suja desse Brasil
que cheira rapé em caixa de ouro!

Acreis, 21/06/2013, Sta Cruz/RJ
(chez moi)

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