sábado, 29 de setembro de 2012
Os Derradeiros Momentos
Lembro-me de você, agachada,
encarando meus olhos,
cheia de maldade.
Depois de pé, à porta.
Respiração ofegante,
e eu tentando correr.
Pensei que estivesse dormindo
ou morrido...
A sua voz:
- Estive seguindo você
a noite inteira!
Respondi:
- Eu fiquei sentado na escuridão
a noite inteira...
Sofri pelas almas perdidas
ao meu lado...
Mas você ficou calada.
Há muito tempo não atiro em ninguém.
Ainda estou estendido
protetoramente
em frente ao corpo seu.
Acreis, 02/02/2012, Sta Cruz/RJ
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
SENTIDOS
Amores, lábios, impossível não gostar...
Carícias, Amores novamente, lábios molhados de chuva para beijar.
Carícias, Amores novamente, lábios molhados de chuva para beijar.
Vem a primavera aberta de flores,
Tocando sementes, cativando as cores...
O pensamento é qualquer destino,
Mas que tenha o perfume de arrazadora paixão.
Olhos, sorrisos, folhas para folhear,
Ventos para soprar,
Abraços para adornar...
A floresta, enfim, descobrindo seu manto,
Permite que a brisa toque suas melodias,
Em tom poético, sem pertencer a ninguém,
Nem a quem está perdidamente sozinho, sem forças,
Como eu agora, em devaneios.
Visto a fantasia da alma, escondendo meu rosto,
Pintado com as cinzas, mostrando outra face,
Para repousar em delírios o romance
Escrito nos teclados.
Mesmo distante de mim, distanciando as palavras,
Deixo aos pássaros meus passos,
E volto a existir em qualquer flor,
Mergulhado nos movimentos amargos
De quem, talvez, nem queira adivinhar.
Agora as nuvens, em forma de seios,
Tornam-se para mim enigmas,
Pois afastam qualquer sonho,
Elas, as nuvens, sempre vazias.
Os dedos das estrelas deixam fugir o lume,
E elas, as estrelas, sozinhas, não chegam ao chão.
Precisam de beijos, do cheiro de qualquer momento,
Para que, em segredo, desabrochem nos mares.
Acreis, 19/11/2010, Sta Cruz
Tocando sementes, cativando as cores...
O pensamento é qualquer destino,
Mas que tenha o perfume de arrazadora paixão.
Olhos, sorrisos, folhas para folhear,
Ventos para soprar,
Abraços para adornar...
A floresta, enfim, descobrindo seu manto,
Permite que a brisa toque suas melodias,
Em tom poético, sem pertencer a ninguém,
Nem a quem está perdidamente sozinho, sem forças,
Como eu agora, em devaneios.
Visto a fantasia da alma, escondendo meu rosto,
Pintado com as cinzas, mostrando outra face,
Para repousar em delírios o romance
Escrito nos teclados.
Mesmo distante de mim, distanciando as palavras,
Deixo aos pássaros meus passos,
E volto a existir em qualquer flor,
Mergulhado nos movimentos amargos
De quem, talvez, nem queira adivinhar.
Agora as nuvens, em forma de seios,
Tornam-se para mim enigmas,
Pois afastam qualquer sonho,
Elas, as nuvens, sempre vazias.
Os dedos das estrelas deixam fugir o lume,
E elas, as estrelas, sozinhas, não chegam ao chão.
Precisam de beijos, do cheiro de qualquer momento,
Para que, em segredo, desabrochem nos mares.
Acreis, 19/11/2010, Sta Cruz
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Sorte Minha Você Estar Por Perto Agora
a decisão de mandar
uma outra pessoa
arrancar meus braços
e meus olhos.
Foi bom você pensar
em outra alternativa.
Uma coisa é certa:
nós dois teremos que procurar
mais roupas
quando surgir nova chance.
É sério.
Você sabe que a distância
pode me machucar,
e, apaixonado,
você não iria me querer de volta.
A vida é uma experiência.
Sempre temos a sensação
de estarmos pulando
de telhado em telhado.
Vem, dê-me as mãos,
vire-se de costas
e prenda a respiração.
Pule. Vamos voar!
Simplesmente conhecemos
o caminho
e também somos convidados!
Acreis, 28/02/2012.
Madureira/RJ
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Alma Penada
Me diga o que você é capaz de fazer,
fale para mim, baixinho.
Mas não deixe pra depois
esse feijão com arroz,
benzinho.
Fale como se tivesse
medo de mim,
como se quisesse
me assustar.
Fale de um jeito assim,
assim como se fala
sem querer falar.
Você pelada
é uma visão
estranhamente prazerosa;
mais que o dobro
de mulher alta, loura
e escandalosa.
Me olhe outra vez
com essa expressão
amedrontada,
para eu lembrar
dos nossos dias
felizes,
do meu peito
coberto de cicatrizes,
da sua alma penada.
O que está em jogo
aqui não é só
a família,
não é sua filha
nem o seu pai.
É mais do que isso,
é mais do que mais.
Então vamos viver,
de repente parecendo
ansiosos,
arrebatando nossas
almas dos destroços,
é pouco mas é o que posso
oferecer
para você.
Eu disse que iria te encontrar,
e pra te ajudar
segui o teu rastro,
farejando o teu rabo,
angu com quiabo...
Vou tirar o diabo
do teu corpo,
vou encher o teu copo
e deixar tudo pronto!
Ponto.
Acreis, 28/02/2012
Madureira/RJ
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Baile
Passo pelas frestas dos seus olhos
e com palavras construo carruagens,
anões, bruxas e princesas
para o baile do seu aniversário.
Bolinhos de chuva para os dias de chuva!
A sua fotografia é a minha televisão,
visões de sombras penduradas em rochedo.
Comprei duas cadeiras no cinema
para qualquer noite dessas,
antes do pôr do sol.
Veremos o abismo diante dos astros,
sonhos efêmeros dos oráculos,
trapos e imitações de almas.
Depois jantaremos peixes com pão,
e nosso paladar será de pura juventude.
Provaremos de tudo que não comemos,
serpentes severas e tudo que não fizemos
na vida. E mais mistérios.
Agudeza da alma com vegetais salpicados de moedas!
Meu tesouro escondido nas ventanias!
Meu amor, vício da minha língua!
Acreis
Sta Cruz/RJ, em 01/03/2012
Para Iolanda, avec amour!
e com palavras construo carruagens,
anões, bruxas e princesas
para o baile do seu aniversário.
Bolinhos de chuva para os dias de chuva!
A sua fotografia é a minha televisão,
visões de sombras penduradas em rochedo.
Comprei duas cadeiras no cinema
para qualquer noite dessas,
antes do pôr do sol.
Veremos o abismo diante dos astros,
sonhos efêmeros dos oráculos,
trapos e imitações de almas.
Depois jantaremos peixes com pão,
e nosso paladar será de pura juventude.
Provaremos de tudo que não comemos,
serpentes severas e tudo que não fizemos
na vida. E mais mistérios.
Agudeza da alma com vegetais salpicados de moedas!
Meu tesouro escondido nas ventanias!
Meu amor, vício da minha língua!
Acreis
Sta Cruz/RJ, em 01/03/2012
Para Iolanda, avec amour!
AO SÉTIMO DIA
Ao sétimo dia da minha morte
Rezo essa missa de uso,
Em Santa Rita de Jacutinga.
Minha alma está tão bonita!
Veste lilás e roxo escuro,
Andando com uma taça na mão.
Desatinada, ela canta
Tapando a boca,
Com olhos de quem já foi perdoada.
Quanto a meu amor,
O luto lhe vai muito bem!
Acreis
Sta Cruz, 01/03/2012
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Esta noite você não me escapa!
Com esse seu jeito de voltar o rosto
E olhar para mim.
Eu, que sempre impliquei com as coisas,
Não me sinto tão noturno ultimamente.
Você sempre chega à meia-noite,
De pé em pé, passando por detrás das cortinas,
Querendo me fazer surpresa,
Festejando tudo,
Falando- rindo para mim:
Vamos ter chuva!
Atravessa a varanda pelo fundo,
Mostrando o céu pela janela,
Percebendo que suas palavras
Fazem bem para mim.
Na sala de jantar conversamos sobre o amor.
Sua fisionomia é de quem adivinha tudo.
Esta noite você não me escapa!
Só você sabe do capetinha que está aqui...
Prestes a fazer travessuras
Próprias da minha idade.
Acreis
Sta Cruz, 01/03/2012
Na Minha Casa Tem Um Coqueiro
plantado no centro da sala
um coqueiro que dá coco
Eu fico olhando para ele
sentado sozinho
na varanda da sala de jantar
O sol desce lentamente no horizonte
por uma estrada de fogo
e a lua vai se achegando feito viúva
a tomar encomendas de costura e engomagens
Em torno de mim só o coqueiro
- que diabo!
meu estômago anda irritado
com os alimentos...
Patroa, traga pra mim carbonato de magnésia!
O coqueiro lê num canto o meu pensamento
e eu vou na pontinha dos pés para o meu quarto
Sou muito caipira, muito caipira
não sei falar abertamente sobre minhas paixões
Toda a minha vida
todos os meus recursos,
sem ela, sem ela,
o que meu coração teria de espiritual e de puro?
Acreis, 13/03/2012, Sta Cruz/RJ
Para ela (Iolanda)
domingo, 23 de setembro de 2012
Coisas vãs
A minha amada
como ela fala bem
promovo um retrospecto protático
pelas câmaras ópticas
no esfíncter do cerebelo
Ora, pois,
bem mostra pelo bem que fala!
Eu a conheci estudante
Nem tempo tive
de olhar para as pernas
e gostei de ser conquistado
Acreis, 15/03/2012, Madureira/RJ
como ela fala bem
promovo um retrospecto protático
pelas câmaras ópticas
no esfíncter do cerebelo
Ora, pois,
bem mostra pelo bem que fala!
Eu a conheci estudante
Nem tempo tive
de olhar para as pernas
e gostei de ser conquistado
Acreis, 15/03/2012, Madureira/RJ
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Eu Amo
E tu, já me amas também?
Sonhei que éramos duas rolinhas
que se beijavam com ternura.
E um mancebo, que olhava para nós,
disse: Eles se amam!
E uma menina murmurou apenas:
São felizes!
Serei eu o teu amor?
Não sei... talvez.
E a quem tu amas?
Serei eu?
É interessante o amor
que faz transbordar de glória
e entusiasmo a alma
do amante.
Acreis, 15/03/2012, Madureira/RJ
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
ENTREGUE A SEU AMOR
Fui entregue, assim, a seu amor, sem conhecê-la.
Você comeu a minha pele e minha carne, e quebrou meus ossos.
Mas eu sou aquele que sabe sofrer
Porque sempre morei na escuridão,
Porque sempre fui amigo da morte.
E o que você faz é violentar-me com seus beijos,
Seu corpo perfeito de Virgem de Lorena,
Praticando pecados imperdoáveis,
Fazendo-me amá-la sujo de sangue,
Manchando minha alma de vermelho.
Eu não a odeio, visto que a amo,
Mas a condeno por amar-me,
Pois sempre me derruba e me esmaga,
Castigando-me para que não me afaste,
E não consigo ir, mesmo que assim queira,
Porque seus braços apontam as minhas faltas,
Porque você sabe o que fui.
Então, expulsa logo do meu corpo o demônio do seu amor!
Faz-me amá-la como amo a mim!
E eu agradecerei por toda a minha vida
Toda a vez que vier me amar.
Acreis, 25/11/2010, Madureira/RJ.
Para Iolanda, avec amour.
Você comeu a minha pele e minha carne, e quebrou meus ossos.
Mas eu sou aquele que sabe sofrer
Porque sempre morei na escuridão,
Porque sempre fui amigo da morte.
E o que você faz é violentar-me com seus beijos,
Seu corpo perfeito de Virgem de Lorena,
Praticando pecados imperdoáveis,
Fazendo-me amá-la sujo de sangue,
Manchando minha alma de vermelho.
Eu não a odeio, visto que a amo,
Mas a condeno por amar-me,
Pois sempre me derruba e me esmaga,
Castigando-me para que não me afaste,
E não consigo ir, mesmo que assim queira,
Porque seus braços apontam as minhas faltas,
Porque você sabe o que fui.
Então, expulsa logo do meu corpo o demônio do seu amor!
Faz-me amá-la como amo a mim!
E eu agradecerei por toda a minha vida
Toda a vez que vier me amar.
Acreis, 25/11/2010, Madureira/RJ.
Para Iolanda, avec amour.
terça-feira, 18 de setembro de 2012
REFLEXÕES SOBRE ALGO
A autêntica imagem do que era uma exceção
vincula-se sob suspeita.
Tenho por costume ilustrar a existência do que é efêmero,
Não de tudo que existe,
mas daquilo se expressa como virtude.
Se eu negasse o caráter afetuoso de qualquer encanto, seria o pioneiro nessa arte.
Mas há, sempre, algo de digno na prudência,
em qualquer época,
Nas evocações das almas,
nas incorporações das personagens,
ou em simples gestos.
Sobremaneira, o que procuro aprimorar
é o teor do que é valioso,
como o clima de uma cena,
A forma como se escreve coisas íntimas,
prestigiando o que não foi estimado,
Superando o que ainda não foi imaginado nem sabido.
Sempre, com vigor incomum,
quem descreve algo deve despir-se das vicissitudes,
Transitando entre o verossímil e o encantado,
Desconhecendo o que sabe,
ousando encantar-se,
sem magoar o que se manifesta.
Não há fórmulas.
O que há é a imorredoura paixão, esplêndida, presente sempre que é chamada,
Sem qualquer insistência,
avaliando o momento do afeto, somente.
Tem ainda os rituais,
de maneira tal que,
agraciados, tornam-se verdadeiros,
Para revelarem vínculos sentimentais,
Incorporados a encantamentos.
Há diversas razões para se buscar o deleite:
Afugentar o que não se conduz,
de fato;
desfrutar o adequado
e adequar-se ao estimado.
Acreis, 21/11/2010."
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
IOLANDA
Iolanda, Iolanda,
Por onde tu andas?
Não fujas
Do teu lobo mau,
Que te quer
Tanto bem!
Não fujas de mim
Assim
Meu bem!
Não te percas
Na rua
E nem desapareças.
Não te escondas
Na lua
E nem me esqueças!
Acreis, 23/03/2012
Madureira, RJ.
Por onde tu andas?
Não fujas
Do teu lobo mau,
Que te quer
Tanto bem!
Não fujas de mim
Assim
Meu bem!
Não te percas
Na rua
E nem desapareças.
Não te escondas
Na lua
E nem me esqueças!
Acreis, 23/03/2012
Madureira, RJ.
O Florista
Por toda parte, flores.
Ramos de lilases, delfínios,
ervilhas-de-cheiro e cravos aos montões.
Íris e rosas também.
O florista aspira o suave aroma do jardim.
O mundo torna-se agora perfeitamente silencioso
e um bando de beija-flores cruza o céu,
e os sinos batem doze vezes.
Negros guarda-sóis abrigam o florista,
que traz nas mãos seu caderno de orações,
e a esquisita sensação de estar invisível.
A imagem da límpida aurora no campo
estampa-se em livro aberto,
mostrando que é muito perigoso viver.
Sem a antiga amargura, ele, o florista,
relembra a cena do jardim,
onde passeia com uma flecha cravada no coração.
Havia nele algo de pássaro,
azul-verde, leve, vivaz.
Às voltas com suas coisas
o florista vai à ópera,
onde ele próprio compra as suas flores.
sábado, 15 de setembro de 2012
Nunca Se Arrependerá De Importante Passo
Ainda sou seu velho protetor
Seu bom tipo!
Professor que chega à hora do amor
Estou sempre limpo e preparado
Caprichoso no asseio do corpo
Sempre com sorriso de domingo!
Nunca lhe pedi meus livros de volta
E nem que me restituísse as cartas que lhe escrevi
A minha foto tirada na praça com boina de militar!
Sou amigo de seu pai
E seus familiares os trato muito bem!
(Ando melhorando de fortuna...)
Pouco leva a lhe pedir casar-se comigo!
Acreis, 11/04/2012, Sta Cruz/RJ
Para Iolanda, outra vez.
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
NÓS DOIS
pois preciso dar-te duas palavras.
A lua que se vê ali
disse que sabe de tudo
e não adianta fechar a porta
nem por dentro nem por fora.
Na verdade, tudo foi espiado
pela fechadura,
embora a toalha tenha ficado pendurada na chave.
Não podes negar. Eu te vi sair e voltar.
Acordei mais cedo que nos outros dias
e tinha um forte abraço para te dar,
mas tu ,ligeira desaparecestes,
deixando as cortinas cerradas,
deixando-me embeiçado,
sem ânimo p'ra qualquer coisa.
Então, o que esperas?
Não há nada a fazer...
Eu vejo só dois partidos a tomar:
ficar lamentando a tua partida
ou beber o último trago do copo.
Mas desisto de tudo
e vou p'ra debaixo dos lençóis
enquanto ainda tu dormes.
A lua que se vê ali
disse que sabe de tudo
e não adianta fechar a porta
nem por dentro nem por fora.
Na verdade, tudo foi espiado
pela fechadura,
embora a toalha tenha ficado pendurada na chave.
Não podes negar. Eu te vi sair e voltar.
Acordei mais cedo que nos outros dias
e tinha um forte abraço para te dar,
mas tu ,ligeira desaparecestes,
deixando as cortinas cerradas,
deixando-me embeiçado,
sem ânimo p'ra qualquer coisa.
Então, o que esperas?
Não há nada a fazer...
Eu vejo só dois partidos a tomar:
ficar lamentando a tua partida
ou beber o último trago do copo.
Mas desisto de tudo
e vou p'ra debaixo dos lençóis
enquanto ainda tu dormes.
Acreis, 12/12/2010, Sta Cruz/RJ
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Essa manhã é de saudade
Essa manhã é de saudade
De chegar no perfume
Apaixonado de uma flor.
É com muita calma
Que esse perfume vai tomando
Todo o teu corpo, aquecendo,
Preparando para saciar
A minha saudade.
Gosto de versos estranhos:
Amo-te com se fosse tua mãe,
Sob o luar vermelho
E os risos de Jesus !
Quero chegar por entre
As luzes frias e achar o teu coração,
O teu olhar de vinho,
Sempre no perfume da saudade...
Que minhas mãos sejam brandas,
Que meu olhar seja carícia
E meus beijos pétalas de lis...
De chegar no perfume
Apaixonado de uma flor.
É com muita calma
Que esse perfume vai tomando
Todo o teu corpo, aquecendo,
Preparando para saciar
A minha saudade.
Gosto de versos estranhos:
Amo-te com se fosse tua mãe,
Sob o luar vermelho
E os risos de Jesus !
Quero chegar por entre
As luzes frias e achar o teu coração,
O teu olhar de vinho,
Sempre no perfume da saudade...
Que minhas mãos sejam brandas,
Que meu olhar seja carícia
E meus beijos pétalas de lis...
A.C. 05/10/2010
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Noite
Enxugo suas lágrimas com minhas mãos livres
e repouso sua face no meu colo.
Murmuro palavras suaves no seu ouvido
e beijo seus olhos.
A noite segue agitada, excessivamente agitada para uma noite.
Pequenos feixes de luz eclodem na escuridão sobre nossos rostos.
Seu frágil coração se parte em milhões de pedaços,
mas caço cada um deles e os coloco na minha boca.
Novamente um estrondo.
Nenhum de nós nada falou,
apenas nos abraçamos apertadamente,
e outra vez a beijo de forma mais platônica.
Acreis
Centro, 28/05/12, para Iolanda, com amor.
As Cores do Amor
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9k4CrQLvfGt6Ok9DibqT6tSDUU3OE7Phg4qAFEVjLuQRE9c9kVB1ZdQiNkn9vyh7WmMFRQU3XJhS2Dc0KVOORje4MzoEkkoRPV2bNPnBnddkDu7MPXegLdHAQHNJFLfMgWrmoNBkUtr0/s640/cantodeboca.jpg)
Cubro-a de jóias,
Visto-a com sedas.
Alpinista, subo com a língua
O seu corpo
E falo em seu ouvido
Palavras deveras obscuras.
Em um nicho de ternura
Abraço todo o seu corpo
Antes do pôr-do-sol
De sua infância
E lhe recito versos
Poeticamente supersticiosos.
Para tê-la comigo
Rodaria o mundo
Vendendo perfumes,
De barco ou de bicicleta,
Somente para tê-la comigo.
Esqueço das minhas várias
Amizades femininas,
Fotografias, pérolas...
Tudo deixei na penumbra
De minha alma.
No tocante ao amor
Não tenho ninguém
A quem pedir conselhos,
Um rosto amado a recorrer.
Nada.
Juntos, quando a olhar o céu,
Falamos da pluralidade
Dos mundos habitados
E sobre nós se abate
Uma paixão louca, desesperada,
À noite, em seu jardim:
Paradoxismo do desejo!
Temos breves sessões
De ávidas carícias
E tentamos,
Em vão,
Analisar nossas ânsias,
Atos e motivos,
Sonhando os mesmos sonhos,
Lembrando cartas de baralho.
Sempre beijo o canto da sua boca
E mordo os lóbulos de suas orelhas em fogo.
Uma penca de estrelas
Nos ilumina nesta noite
E bebemos a mesma poção misteriosa,
Que passa por nossos corações,
Gargantas e tripas.
Acreis, 12/05/2012, Centro/RJ
Para Iolanda, avec amour.
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