Vejo você contemplando estrelas,
dizendo para mim os nomes delas,
as mais brilhantes:
Sirius, Vega, Capella, Antares, Atria...
Alhena, Polaris, Cor Caroli, Zeta...
Epsilon, Delta Orionis...
Estas últimas você me disse
são as estrelas do Cinturão de Orion.
Esse momento é de uma noite de janeiro
em que há o peso de todas as noites.
Enquanto você se olha no espelho do céu,
passando as mãos nos cabelos, assim,
nesta noite de verão,
as ondas da praia se juntam,
balançam e tombam...
E os cães, lá longe, ladram, ladram...
Você se deita n'areia
como uma virgem que protege a sua castidade...
E eu lhe contemplo e vejo você
como uma lua olhada da praia,
terrivelmente bela...
Você caminha n'areia
carregando nos braços a própria vida,
e seu olhar foge como um pássaro
que toca um ramo e logo alça vôo.
Você me chama em auxílio,
como uma rainha cujos guardas adormeceram,
deixando-a sem proteção.
As ondas da praia dizem:
adiante, adiante...
Andamos então como quem colhe amoras ao sol.
- Leva-me contigo para uma longa viagem?
Dentro das nossas almas uma estranha luz
corre cortinas, escancara janelas e portas,
e nos vemos à entrada de intermináveis avenidas,
por onde poderemos vagabundear.
Assim, nesta praia e sob o ceú estrelado
vamos nos libertando de todas as nossas máscaras.
Acreis, Sta Cruz/RJ, 19/04/2011
P/ meu amor Iolanda.
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