sábado, 13 de outubro de 2012

Capital do Amor


Seus olhos compridos me fazem presa de súbita emoção.
Seus olhos quando olham em derredor de mim
e verificam a porta aberta d'alma,
brilham mais,
aproximam-se mais.
À queima-roupa, fosse qual fosse o meu gesto,
você chega a mim,
oferece-me um copo de cerveja,
uma torrada,
e me diz que é o bastante
para consolidar o espírito.
O meu pensamento então
se desanuvia
e a vontade de lhe beijar
retorna.
Não importa em que mundo,
mas todos nós precisamos de alguém
que tenha pena de nós.
Ah! Se você não tivesse pena de mim...
Toda a minha vontade se realizou,
e eu reincido,
bebendo suas meias,
bebendo sua mantilha de lã de cabra,
pois meu feitio é assim,
você fez de mim o que sou,
o homem que sou...
Desconfio quando percebo
na sua fisionomia
uma expressão de tristeza.
Tive essa impressão
assim que você
sentou no meu colo
e me beijou...
E eis como,
após quase uma vida
de perenigrações imagináveis,
paramos nessa
magnífica capital do nosso amor!



Acreis,  29/12/2010, Sta Cruz/RJ

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

veja também :

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...