quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Cicerone do bem


Não tenho receio  de defender a minha proposta.
Tomo ares de cicerone do bem
e vou em frente, andando com ímpeto!
Então, de súbito te pergunto:
-Queres jantar, bem?
E tu, com olhos de criança, respondes:
-Quero jantar no Hotel das Princesas!
Coitadinda, penso comigo,
tão moça e tão linda...
Vestida com pano de chita,
ar suplicantemente risonho
e cheio de miséria,
rindo com dentes muito brancos,
que se destacam vivamente
da cor morena do teu rosto.
No Rio de Janeiro se especula muito.
"Então, papai! papaizinho bonito! uma esmolinha, sim?"
Não vou falar dos fatos horrorosos de cinismo e nem da gatunagem...
Pois ainda guardo dinheiro na algibeira das calças!
Não posso te ver assim, 
atirando-se à rua...
E eu não sou daqueles
que só querem te desfrutar.
Digo-te isto, baixinho, no teu ouvido,
mas era para que todos escutassem.
Mas, enfim, o prazer!
Devoro-te com apetite,
abraçando-te
e fazendo a nossa vida ser mais feliz!
Acreis, 30/12/2010, Sta Cruz (chez moi)

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