Ela se banha em águas quietas
e diz que é outra coisa...Põe as chinelas e passa
a conversar com sua nova amiga.
Sua sensação é de piedade,
que causa esperança e arrepios.
Uma canoa vai passando,
carregando café,
e ela olha para sua amiga,
como se a amasse de coração,
assim se explica.
De repente, fica tesa e séria,
e sem resistência dá o último golo
em seu refresco de guaraná.
Há algum tempo que ela esta sentada ali,
na beira do rio, com sua amiga.
Levanta-se, dá alguns passos
e olha para longe.
Parece que vê coisas,
pois seu olhar é inteiramente feliz.
Ensaia requebros, sem explicação,
e dá gosto ver seus gestos,
e seus olhos viçosos
são convites para mim,
que talvez habite um trechozinho
do seu romance.
De forma acanhada, ela lê seus jornais,
parecendo que voa devagar,
não completamente perdida,
é como se estivesse dormindo
em seu quarto.
Por motivo particular,
por princípio de sua vida,
não mostra gestos femininos,
mas sim sorri...
- Ri, minha querida!
Entre no meu delírio,
faça parte do meu espelho,
tire de uma vez por toda
esse meu sorriso pálido e tristonho!
Ela se espanta
ao me ver sentado na cama,
querendo ouvir outras vezes
estórias de suas vidas...
Depois de muitos passos,
eis que chega o dia
da grande festa.
Um pouco distante ela está...
Mas eu tenho fome,
muita fome...
Coloco uma flor em minha cabeça,
a alma nos olhos,
e mostro desejo de entendê-la,
mas não digo nada,
quero apenas o prazer da vida.
Não há morte. Há Vida.
Transponho montanhas
para encontrar a alegria da vitória...
Finalmente ela me corresponde,
e me diz que não é nada,
que tudo é imagem de toda sorte.
Chega o fim do meu sublime sonho.
Ela ou aquela outra pessoa
se aproxima e me diz:
- A hora não é apropriada,
vá sossegado!
Acreis,30 05 2011
Santa Cruz,R J
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