O Amor tem febre,
que chega a molhar minha roupa
com águas de outros amores.
Descobre-se o amor através do carinho,
às vezes dos dissabores.
Flutua ao toque do que claramente
é desafiador,
no conflito das coisas,
longe das resistências sacrificadas,
desfolhadas, vazias,
para traumatizar devaneios
de uma lucidez sem lamentos.
Recorda o silêncio resplandecente
de uma floresta,
em linguagem de abismo,
sem capacidade de escadas.
Monta com argila e rancores
as vozes suaves da fria madrugada arrepiada,
procurando o perfume que ela semeia,
a carícia das chuvas,
os beijos que viajam no pensamento.
A convivência com a flor do campo
deixa distante o delírio,
deixa no chão do mar as palavras sem lábios,
tal qual pastora em agonia,
andando sozinha no escuro.
Todas as horas são vazias,
todos os instantes também,
assim como os delírios.
O amor é feito concha graciosa,
adornando os teclados perdidos dos planetas,
abrindo janelas, cores, outros amores,
conchinhas, existindo nos pássaros,
no calor, no impossível,
no cheiro das estrelas, no beijo delas.
o amor cativa com suavidade,
com sangue do coração, perfumado,
a todo momento sonhando,
estremecendo nos abraços,
nos lapsos de todos os romances.
Acreis, Sta Cruz/RJ
04/04/2011
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