A inesperada visitante adentra atenta,
mostrando-se estupefata,
porém lisonjeira,
com projetos novos,
para se prevenir.
De início fez-se supérflua,
mas seu preconceito
a deixava indefesa.
Não há acusação suscetível
de arrebatamento.
O que ela nutria, posso garantir,
era arriscar seu desgosto odioso,
para engazopar com astúcia
qualquer incidente que fosse.
Chegou interrompendo todas
as consequências,
com formalidades preenchidas
em copiosos exames.
Inquieta, oscilava, contribuindo
para sua própria desgraça.
Havia vestígios de seu cinismo,
de sua infâmia,
quando tentava arrebatar,
mascateando cartas providenciais.
Atrelei o essencial
em nossa conversação,
levando sempre em consideração
que gente de sua espécie,
se faz de noiva distraída
com o casamento.
Expunha suas propriedades
em circunstâncias de escravidão.
Não enxergava o próprio opróbrio
quando da sua leitura pública,
não levando em conta toda a mocidade
que a ouvia, nem de opiniões queria saber.
Logo censurada, sem espanto mostrou seu caráter,
embora insultada em silêncio.
Deixou-se ser interrogada, e,
fingindo bonomia,
ficava pensativa,
sobretudo para conquistar
boas graças da multidão que ali estava.
Sua estranha e sombria opinião
sobre questões alheias
a fazia adotar personagens que,
naturalmente, denominava-os
segundo seus objetivos.
A visitante deambulava
sua decência, sua reputação,
para emancipar, sem poupar,
a sua força de fertilizadora
daquela figura fraca que na verdade era.
Vagava edificada para que, de fato,
vagueando sua anatomia mística,
subsistisse em trapaças,
porém suas dívidas, culpas,
que não podia esconder,
teria posto em acordo na tentativa de liberar,
mediante paga em tesouros,
todos os títulos da precaução.
Mostrou bilhetes sem assinaturas,
trancafiando contradições, ao se ver abandonada,
e que sua pessoa incomodava,
que o amanhecer no estrangeiro era certo.
A nostalgia de seus gestos acusava
a já prevista extradição,
consentida por todos que eram livres de vontade,
mas que brevemente a condenariam,
numa importante ocasião de confiança,
para exprimir o verdadeiro proprietário
daquela província, que era eu,
que não receava, mesmo fatigado
pelo estudo das aparições
que comumente, por acaso,
mostravam-se indefiníveis,
seria o fantasma da madrugada,
hóspede das estações,
proferindo prenúncios,
comovido pela surpresa de todos
que bruscamente me anunciariam.
Acreis, Pedra de Guaratiba/RJ
28/05/2011

Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.