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Sortilégios em desenhos de serpentes fatais,
A menina então nada vê, a não ser a mãe afogada,
Abraçada ao travesseiro.
A ternura das páginas de um livro, não um qualquer,
Mas do livro de fotografias, que a menina lê
Em silêncio.
As cartas deixadas sobre a mesa
Estampam ideias de cigano,
Não de um qualquer,
Mas de um cigano peregrino.
A menina desperta cedo demais para o seu corpo.
A sua figura se afigura a um punhal, que,
Cedo ou tarde,
Virará cristal, na paisagem sem fumaça nem madrugadas,
Mas tomará formas de neve, lentamente.
As asas da menina trazem imagens de santos,
Que incutem nos espaços
Diferentes águas.
Toda a amargura do mundo,
Mas também toda a calma,
Chegarão num sopro,
Na bruma escura da agonia.
A menina, a sua imagem,
Caminha pelas veredas,
Buscando sons de flautas,
Espuma e areia.
Os frutos da tristeza, plantados por ela,
Vão invisíveis por sobre as montanhas,
Conforme aviões taciturnos,
Conforme a boca da noite
Que não cala esses versos.
Acreis, 18/11/2010, Sta Cruz./RJ
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