"Mas, por enquanto, não chores..."
Tu, querida, não conheces a vida.
És um anjo cheio de paixões.
Tua mãe, morta de parto,
quando ainda eras de berço,
foi infeliz por própria culpa.
- Débil felicidade imprecisa!
Lembro-me de ti ainda jovem:
Odiavas a leitura e só gostavas
de coser, tagarelar e rir...
Pegues para mim a espingarda
de calibre 24,
aquela que não dá coice,
porque vou à caça.
E quando me apetecer,
quando não tiver nada de melhor,
volto para teus braços.
Mas, por enquanto, não chores,
pois sou eu quem vai buscar a samarra,
logo que o calor diminuir,
já que talvez não estejas em casa.
Do pé da janela
contemplo teu rosto e espero a tua carícia prometida.
Sou feliz por sofrer
por tua causa,
e amo a tua dor
como sinal do amor
que tens por mim.
Acreis, 13/03/2011, Bangu/RJ
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