Ouço os cochichos das árvores,
de suas folhas,
que falam de chuvas,
sob o confuso vento que
as balança
p'ra lá e p'ra cá.
São livres as árvores
e seus murmúrios
percorrem o vasto mundo,
gentes desconhecidas as vêem
todos os dias,
em cada pedaço do planeta,
e esquecem-se facilmente de suas fraquezas.
Não há mais desgosto nem ilusões,
o que há são detalhes,
que se revelam inalterados
após uma longa viagem.
Deponho os milagres
como se fossem armas,
sob este silêncio verde-tímido
de um ambiente frágil,
que as lanternas da madrugada
lentamente despiram as roupas
de uma natureza quase morta.
Tenho certeza que meus cotovelos
superaram os pesares
deste amor platônico,
arquejando o que não é mais necessário.
Acreis, 10/05/2011
Sta Cruz/RJ
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