sexta-feira, 16 de novembro de 2012

São efêmeras as horas




São efêmeras as horas,
as existências,
tudo que existe.
Se eu negasse o caráter afetuoso
do encanto das cartas,
com palavras escuras, montanhas,
teria medo.
O silêncio abraça os cristais
com vigor incomum,
avaliando o que se suspeita,
em um ninho de fumaça
que lentamente se manifesta imorredoura.
Em um barco, entre outros bens valiosos,
vão as minhas feridas,
estampadas em páginas,
como as madrugadas
com seus frutos invisíveis.
Sob todas as formas,
as tardes em que nascemos se afiguram
às imagens dos gestos, ideias,
ternuras e espaços serenos.
Meu olhar desenha o despertar
florescente da aurora,
na desnuda poesia musical,
para buscar o afeto
dos costumes íntimos,
incorporando um personagem desconhecido,
que representa um cigano afogado.

Acreis, 06/04/2011
Sta Cruz/RJ

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