sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O PERFUME DAS COISAS


As folhas deixam no ar o perfume 
 Preenchendo o vazio do nada, 
 Para adorar os amores, 
 Dar forças aos sentidos, 
 Tocando de leve a face carinhosa das cores. 
 O amargor desaparece, em segredo, 
 Fazendo surgir sorrisos, 
 Feito carícia cativante de um mar 
 Quando se encontra com a chuva. 
 É impossível que meus olhos esqueçam-se das flores! 
 Flores que desabrocham, lembrando-me seus lábios. 
 É momento de abraçar estrelas 
 E tê-las como se estivessem no chão. 
 Mas as horas vazias chegam 
 E novamente seus beijos, achando-me sozinho, 
 Invadem minha vida, 
 Transbordando-a de primavera. 
 A brisa da manhã cinzenta vem repleta de amores! 
 E meu pensamento undívago é agora pura paixão. 
 Semeio tons e semi-tons sobre o eterno outono, 
 Molhando melodias que nascem das árvores, 
 Num profundo sono que já vai distante. 
 O vento sopra somente para adornar 
 Aquilo que se achava perdido, sem pertencer a ninguém, 
 Descobrindo sonhos, cobrindo com seu cheiro bom 
 O que me resta agora de destino. 


_______ Acreis_____

 18/11/2010 Sta Cruz/RJ 

 Para Iolanda, com carinho.

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