Querida, a nossa viagem pelos campos será no tempo da flor.
E quero ver no seu rosto da primavera o frescor.
Orvalhos da madrugada chegam, mas você ainda dorme,
Graciosa, com apenas o lençol a seu corpo adornar.
Pássaros assoviam cochichos que trocamos ontem,
Pois existem coisas não ditas, e, para não ficarem perdidas,
Entram na lucidez dos meus sonhos.
Em todos os planetas que moramos, as cores nasciam em nossas janelas.
Amores lembrados em teclados cativavam-nos e nos pertenciam.
Instantes vividos em terras e mares, em todo lugar,
E por que não dizer em todo o delírio?
Sim! Conchas achadas n'areia formavam palavras serenas,
Enquanto seus lábios se ofereciam suavemente.
Mas, a indesejada chegou, e, como pastora, segurando seus braços,
Distanciou-nos tanto que da agonia do escuro nasceu o abismo.
Vazias ficaram as horas, e caídas no chão as estrelas,
Que não se deram conta ainda da inconvivência.
Os ventos trazem o seu perfume a meu pensamento,
Semeando lembranças de vozes suaves,
Das carícias nos dias de chuvas,
Dos beijos que davam arrepios...
Da primavera!
Não vivo mais em conflitos, nem em florestas de argila,`
Pois encontrei as escadas e as portas do nosso possível romance.
Para, sempre, Iolanda.
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