quinta-feira, 15 de novembro de 2012

PRESENÇA


Teus gestos trazem à minha memória
Todos os personagens que já fui.
À época expressava meu amor por ti
Com muito mais bem-querença.
Éramos mais íntimos: tu valiosa; eu valioso.
Escrevo hoje como nunca, buscando
O antigo clima,
O antigo teor,
Fingindo aprimoramento...
Mas não há recíproca,
Nem de algo imaginado!
Ainda agora, para agrado pleno,
Eu penso assim:
Mais libidinagem, 
Desfrute do prazer,
Evocações da alma,
Para o íntimo esplendor...
Se eu negasse a existência da virtude,
A verdadeira virtude,
Incorporaria fenômenos imorredouros,
Insistiria no caráter aniquilador,
Revelaria a ausência da tua presença!
É por isso que careço em vincular-te sempre,
Mesmo sendo suspeito de estar sob teu encantamento.
Mesmo tentando afugentar o que sinto.
Mesmo querendo desconhecer o que conheci
No derradeiro aconchego,
Nas horas incomuns de nossos deleites.
Serás ainda bela e alegre?
Será que te adequaste ao novo amor?
Omito o que sei de mim,
Mesmo seguindo a vida com seus rituais,
Conduzindo a paixão avassaladora,
C
onsumida pelo sentimento cruel
Da  ausência tua.

Acreis, 20/11/2010, Sta Cruz

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